9 de dezembro de 2009

Grafitti de luz, lightgraff



      Um fantástico espetáculo de luz e cores é possível quando você tem uma câmera em que pode controlar o tempo de exposição da captação das imagens. Com alguns "leds", movimentos diversos e muita ciratividade você obtém imagens incríveis.

     O lightgraff como é conhecido, se caracteriza pela espotaneidade e efemeridade dos atos ao registrar imagens (desenhos, escritas) com luz associado à gestualidade que compõe a ocupação do espaço, seja ele qual for desque que esteja em completa escuridão, formando então tais desenhos e grafismos luminosos.
Nem os "grafiteiros" nem o fotógrafo, apesar do caráter espontâneo, não vêem de imediato o resultado estético do trabalho enquanto ele é executado, mas apenas pelo registro fotográfico consequente.
      A priori, quem nunca viu algo parecido antes se interroga se há alguma manipulação digital, algo como um tipo de efeito de Photoshop por exemplo. O mais impressionante é que não há. É puramente uma bela combinação de física e ótica, chegando a colocar em questão a noção abstrata, uma vez que estas imagens são completamente imateriais. Outros ainda haverão de deduzir que esse processo se faz em função dos recursos tecnológicos cada vez mais avançados nos aparelhos fotográficos da contemporaneidade. Mas não.. Uma prova disso é Picasso que já fazia alguns "desenhos cegos" usando a referida técnica.
Além de tudo, é um tipo de grafitti que não implica em prática de vandalismo.

Abaixo estão alguns exemplos incríveis de trabalhos de lightgraff desenvolvidos pelos fotógrafos alemães Jan Wöllert e Jörg Miedza, responsáveis pela Light Art Performance Photography. 

As imagens a seguir foram feitas com uma  Canon EOS 5D de 21.1 megapixel, algumas com por volta de até 1h de exposição!







Publicado por: Núbia Dias

22 de novembro de 2009

Exposição do Festival de Arte 2009 !!!




Gostaria de convidar todos a comparecer na exposição dos alunos de Artes Visuais - UFU, da qual participo com um trabalho de fotografia.
Acontecerá de 23 a 27 de Novembro de 2009, na galeria de artes do Mercado Municipal de Uberlândia (acesso pela rampa).
Lmbrando que o coquetel de abertura será no dia 23-11 das 19h30 às 22h. Nos demais dias a visitação ocorrerá em horário comercial.

É uma ótima oportunidade de apreciar trabalhos de várias técnicas, inclusive os de fotografia!

                                                                                                                       Postado por: Núbia Dias

23 de outubro de 2009

Go-Sees, Juergen Teller

Juergen Teller (Alemanha, 1964) é um dos mais influentes fotógrafos de moda e de celebridades dos últimos anos.

Trabalhou durante mais de um ano produzindo uma série de imagens em que fotografava jovens mulheres aspirantes a modelos de moda. A princípio parece não haver nada de peculiar em um fotógrafo de moda produzir imagens de modelos obviamente, porém o que difere suas imagens das convencionais no ramo é que, ele registrava imagens de moças que batiam à porta de seu estúdio em Londres se oferecendo para serem fotografadas por Teller, de modo a buscar uma (provável) promoção no mundo da moda, não portando na maioria das vezes de nenhum requinte ou porte para a profissão. Casos como esses aconteciam com muita frequência, o que despertou o interesse do fotógrafo em registrar tais ocasiões.


As fotos eram inclusive feitas logo à entrada de seu estúdio, às vezes na soleira da porta ou mesmo na calçada. Exatamente como chegaram à sua porta, Teller fazia questão de fotografá-las com a roupa do corpo sem qualquer produção de beleza, seja um retoque de maquiagem, uma mudança de figurino ou uma simples escovada nos cabelos. Sua intenção consistia basicamente na representação dessas jovens modelos sem qualquer tratamento artificial de beleza, a não ser o que elas já dotavam ao chegar até seu estúdio, sendo então representadas tal como elas são.


Portanto, suas fotos tem por objetivo evidenciar a estética que a maioria das moças (no caso, essas) se preocupariam em esconder. Juergen Teller torna evidente o mistério e o lado convenientemente oculto dessas modelos iniciantes, chamadas de Go-sees (o título da série), revelando um outro sentido do mundo das modelos que sem "as máscaras" mostram suas verdadeiras faces, bem como seus anseios, receios e inseguranças para com a "futura carreira".

Go-Sees, Juergen Teller


Go-Sees, Juergen Teller


Go-Sees, Juergen Teller


Go-Sees, Juergen Teller

Go-Sees, Juergen Teller


Quer saber um pouco mais?


BIBLIOGRAFIA:

SILVEIRA, Paulo . A fotografia e o livro de artista. In: Alexandre Santos; Maria Ivone dos Santos. (Org.). A fotografia nos processos artísticos contemporâneos. Porto Alegre, RS: Unidade Editorial da Secretaria Municipal da Cultura e Editora da UFRGS, 2004, v. , p. 144-155.



JUERGEN TELLER. Go-Sees: Scalo, September, 1999
http://www.lehmannmaupin.com/#/artists/juergen-teller






Núbia Dias

22 de outubro de 2009

Inauguração! Sejam bem vindos!


Para inaugurar as postagens do meu blog e as referências que quero compartilhar em Fotografia, decidi postar um poema de Manoel de Barros que muito me identifico e, acredito que quem tem paixão pela arte de desenhar com a luz, também não pensará diferente. Portanto, com um poema digno de "abre-alas" estreio o blog que abordará essencialmente sobre fotografia, fazendo minha pequena homenagem à admirável profissão que pretendo (e estou buscando) ser: a de fotógrafa.

Foto: O silêncio da espera, Núbia Dias


O Fotógrafo
Manoel de Barros

"Difícil fotografar o silêncio.

Entretanto tentei. Eu conto:

Madrugada, a minha aldeia estava morta.
Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
Eu estava saindo de uma festa.

Eram quase quatro da manhã.
Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.

Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.

Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado.
Fotografei o perfume.

Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.

Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.

Foi difícil fotografar o sobre.

Por fim eu enxerguei a nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakoviski – seu criador.
Fotografei a nuvem de calça e o poeta.

Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa mais justa para cobrir sua noiva.

A foto saiu legal."